
É triste saber que ainda hoje muitos Católicos desconhecem o verdadeiro valor desta grandiosa Ação de Graças. Muitas pessoas vão a Missa apenas por um costume originado na infância, outras participam distraidamente desta celebração.
Nós temos como missão mudar essa situação! E é através do conhecimento que podemos começar, por isso iremos estudar cada parte desta celebração.
RITO INICIAL
Esse rito tem por “finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”(IGSMR nº46). Sua organização é a seguinte:
Ø Entrada e Saudação
Começamos a Missa com uma procissão, a procissão de entrada, que lembra que nossa vida é uma marcha para Deus. Durante a procissão cantamos o canto inicial.
Quando o Padre chega ao Presbitério faz uma inclinação de saudação para o altar (que simboliza o Cristo) e, após a Trindade, saúda também a Assembleia com uma formula que mostra o sentido dessa reunião de fé.
Ø Ato Penitencial
Depois da parte inicial temos o Ato penitencial. O Católico deve ter consciência que este momento nunca substituirá o Sacramento da Confissão, além disso, o Ato Penitencial só tem eficácia completa com o auxilio deste Sacramento.
Neste momento somos convidados a meditarmos sobre as atitudes do nosso dia ou semana e nos prepararmos para receber o Cristo Eucarístico.
Após o Ato Penitencial o Padre realiza a absolvição.
Ø Glória
O Hino que chamamos de Glória é um cântico muito antigo (tem suas origens no Oriente, por volta de 400 d.C.) e venerável. Neste Hino damos Glória pelo amor de Deus e pelo perdão alcançado.
O Glória não é uma formula de louvor a Trindade, como muitos pensam, e sim um louvor ao Pai e ao Filho Salvador.
Este hino não é recitado no Advento (exceto na festa da Imaculada Conceição de Maria), na Quaresma e também não é de uso obrigatório nas missas feriais (exceto em festas e solenidades da Santa Igreja e nos dias das semanas da Páscoa).
Sua letra não pode ser mudada ou substituída.
Ø Oração do dia (coleta)
Após o Hino do Glória, acontece a oração da coleta. Nesse momento somos chamados a pensarmos em todas as intenções que trazemos conosco para a Celebração. Além disso, esta oração nos mostra a índole da Missa que esta sendo celebrada. Ela tem três finais diferentes de acordo com a pessoa da Trindade ela é dirigida:
- quando se dirige ao Pai: Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Pai, mas no fim menciona o Filho: Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Filho: Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
- quando se dirige ao Pai, mas no fim menciona o Filho: Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo;
- quando se dirige ao Filho: Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
(IGSMR nº54)
Obs: O rito inicial pode sofrer mudanças na sua estrutura ou na forma de cada parte, dependendo da solenidade ou da escolha da equipe de Liturgia ou do sacerdote.
RITO DA PALAVRA
Na Liturgia da Palavra Deus fala ao seu Povo reunido como Igreja, Ele usa seus profetas, servos e discípulos, até que no Evangelho ouvimos o Próprio Deus Encarnado nos falar. Todo esse Rito deve ser proferido do Ambão. O Rito da Palavra se organiza da seguinte maneira:
Ø 1º Leitura
Nas missas feriais esta é a única leitura, a não ser que ocorra alguma Solenidade ou Festa nesta data. Ela geralmente é tirada do AT, exceto no tempo Pascal.
As leituras serem tiradas do AT nos mostra a História de Deus com o seu Povo e a presença do Cristo na Antiga Aliança.
Ø Salmo
O Salmo Responsorial tem uma importância Pastoral muito grande: ajudar a assembleia meditar e compreender a Leitura a qual ele segue. Ele tem uma estreita ligação temática com a 1º leitura e deve ser cantado, a não ser que haja necessidade de ser recitado.
Ø 2º Leitura
Só é lida aos domingos e nos graus mais altos da solenidade Católica. Quando é lida, ela é retirada do NT, mais precisamente das Cartas Paulinas ou Católicas, raramente é retirada do Atos dos Apostolos.
Ø Aclamação
Este é um cântico de acolhimento a Deus que vai falar conosco. Deve ter “Aleluia, Aleluia, Aleluia” na sua letra, menos na Quaresma, neste tempo pode-se cantar o trecho bíblico que vem antes do evangelho no Lecionário.
Ø Evangelho
Este é, segundo o Missal Romano, “o ponto alto da liturgia da palavra”(IGSMR nº60).
A assembleia escuta a Palavra de Deus de pé em sinal de sua disposição de anunciar e praticar as atitudes do reino.
Este deve ser um momento de total silêncio, nada pode dividir nossa atenção, pois, o próprio Cristo esta ali nos falando.
Ø Homilia
A Homilia é uma explicação de algum aspecto da liturgia do dia, seja ele: Leituras, Evangelho ou outra oração da santa missa. ”A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã”(IGSMR nº65). Esta parte só deve ser omitida em uma ocasião extraordinária, deve sempre ser dirigida pelo sacerdote ou diácono, nunca por um leigo na Missa.
Ø Profissão de Fé
Nesse momento somos chamados a, em comunhão com a Igreja de Cristo, professarmos a fé na qual fomos Batizados e fazemos isso rezando a Oração Símbolo dos Apóstolos, o Creio. Esta é uma resposta a Palavra de Deus proclamada nas leituras e no evangelho.
Ø Oração Universa Também chamada de preces ou Oração da Assembleia, é o momento onde a comunidade dos Batizados reza pelas intenções diversas. A Igreja pede “que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro”(IGSMR nº69).
“Normalmente serão estas as séries de intenções:
a) pelas necessidades da Igreja;
b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) pela comunidade local.”(IGSMR nº 70).
b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) pela comunidade local.”(IGSMR nº 70).
RITO EUCARISTICO
Esta é a parte central da Missa, nela recordamos o Sacrifício de Cristo na Cruz e cumpre-se a promessa Feita por ele mesmo “eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (MT 28:20).
Esse Rito é marcado pela interação do humano com o Divino, começamos essa Liturgia oferecendo o que temos e o que somos a Deus e Ele nos oferta seu próprio Filho.
Ø Procissão das Ofertas
Ao contrário do que muitos pensam esse momento não é marcado pela entrega do dinheiro, mas pela procissão do Pão e do Vinho, frutos do trabalho humano, que se transformarão no Corpo e no Sangue de Jesus.
Quando o Pão e o Vinho são colocados no altar, dentro do Cálice o padre põe um pouco de Vinho e uma gota de água, simbolizando a Humanidade e a Divindade de Cristo.
Ø Oração sobre as oferendas
Esta Oração é uma preparação para a Oração Eucarística. O sacerdote nos convida a oração e nós respondemos: o Senhor receba (não é “Ó Senhor”) o sacrifício oferecido pelas mãos do sacerdote (“por tuas mãos”: as mãos do sacerdote)(Blog:acaminhoteologia.blogspot.com).
“Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas” (IGSMR n°77).
Ø Oração Eucarística
Ou Canon da Missa, este é o Ápice da Celebração. Inicia-se com o Prefácio acompanhado do Santo que é um cântico de aclamação.
Entre as partes que mais se destacam neste momento estão: Epiclese (oração com a qual o sacerdote invoca a descida do Espirito Santo sobre as oferendas), Transubstanciação (transformação do Pão e do Vinho no Corpo E no Sangue de Cristo), Anamnese (significa recordação e compreende oração: Eis o mistério da fé e sua resposta), Memento (oração pelas Igrejas Padecente, Militante e Triunfante) e, finalmente a Doxologia mais importante da Missa, o Por Cristo... nesta Oração o Amém deve ser sempre cantado.
Ø Pai-nosso
É a oração que Cristo nos ensinou. Nela pedimos por nossas necessidades e também pelo estabelecimento do Reino de Deus e o cumprimento de sua vontade. É seguido por um embolismo (Acréscimo ou prolongação de uma oração).
Ø Rito da Paz
“Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento” (IGSMR n°82). Esse rito é composto pela oração pela Paz (oração sacerdotal) e abraço da Paz (facultativo).
Ø Fração do Pão
“O sacerdote faz a fração do pão e coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus” (IGSMR n°83). Este momento é acompanhado pela reza ou Cântico do Cordeiro de Deus.
Ø Comunhão
Nesse momento nós recebemos a Eucaristia e somos convidados a comunhão com Cristo e sua Igreja.
“Enquanto é distribuída a eucaristia canta-se um canto de comunhão que deve exprimir, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole "comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis” (IGSMR n°86).
Ø Oração pós-comunhão
“Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado” (IGSMR n°89).
Esta oração é própria do dia litúrgico que vivemos e tem as mesmas terminações que a Oração da Coleta.
RITO FINAL
É o rito de conclusão da Missa onde recebemos o convite de sermos missionários em meio a sociedade através do Envio.
Segundo as Instruções Gerais Sobre o Missal Romano sua estrutura é a seguinte:
Ø Breves comunicações, se forem necessárias;
Ø Saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene;
Ø Despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus;
Ø O beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.
Bibliografia
· Instruções gerais sobre o Missal Romano, Roma 2002.
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